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Conselheiros do Nova Força discursam em reunião e votarão CONTRA mudanças estatutárias

Veja o que disseram os conselheiros do Nova Força na reunião do Conselho Deliberativo desta quinta (16)


A cada ano, em 16 de dezembro, o São Paulo Futebol Clube relembra sua refundação, pelas mãos de são-paulinos apaixonados por Futebol que se recusaram a aceitar o fim do sonho tricolor em campo.


Nesta quinta-feira, porém, o 16 de dezembro foi motivo de preocupação para todos nós que amamos o São Paulo FC, com a votação de uma reforma estatutária atabalhoada que mais uma vez coloca em risco o futuro do nosso time, dentro e fora de campo.


Todos os conselheiros do Nova Força votarão CONTRA a reforma. Veja o que disseram Marcelo Marcucci Portugal Gouvea e Fabio Mariz, que representaram o grupo na lista de oradores da reunião desta noite:


"Quero que o torcedor participe do processo eleitoral desse clube" - Marcelo M. Portugal Gouvêa


Prezadas Conselheiras, Conselheiros, Sócias, Sócios, Torcedoras, Torcedores, enfim, toda a coletividade do SPFC,

Estou entristecido e envergonhado de estar aqui em uma noite que pode marcar um dos piores momentos do nosso clube. Mas venho aqui inspirado pelos grandes dirigentes que esse clube já teve que não se curvaram em momentos de dificuldade e conseguiram marcar os seus nomes na história.


Venho aqui com a esperança de que os conselheiros que aqui estão não vão querer marcar os seus nomes como responsáveis por algo que pode levar o nosso clube a dias tenebrosos fora e, especialmente, dentro de campo.


Tenho esperança de que os conselheiros vão de fato representar os 20 milhões de torcedores que temos no nosso clube e vão votar no sentido de reprovar a absurda proposta de alteração estatutária.


Peço desculpas por estar lendo esse discurso, mas em uma época que a liberdade de expressão não é bem-vinda nessa casa, infelizmente precisamos medir nossas palavras.


Fui atacado de forma anônima nos dias que antecederam a essa reunião. Disseram que eu quero o poder. Eu não quero o poder, eu quero que o torcedor tenha o poder. Quero que o torcedor participe do processo eleitoral desse clube. E as mudanças estatutárias propostas impedem essa participação. Elas visam o poder nas mãos de cada vez menos pessoas. Tornar essa reunião sigilosa e esconder os debates do torcedor em mais um ato autoritário dessa gestão mostra quem realmente quer o poder e não quer abrir mão dele de forma alguma.


O primeiro tema que quero falar é a da alteração dos processos eleitorais para os cargos de Ouvidoria, Comissão Disciplinar, Conselheiros eleitos e Vitalícios e Conselho Fiscal.


A proposta visa o fim da meritocracia, só pode votar em chapa fechada e não nos melhores candidatos. Não possibilita as candidaturas independentes. Para alguém se candidatar precisa pensar de acordo com algum grupo político relevante, não pode ter ideias próprias que sejam boas para os interesses da instituição. O candidato tem que se submeter ao crivo dos líderes dos grupos políticos e não pode ter seu nome avaliado diretamente pelo colégio eleitoral.


As chapas precisam de 55 assinaturas de vitalícios. Se só uma chapa conseguir, não haverá eleição e sim só indicação de nomes. Cadê a democracia? Não permitir que a oposição concorra é democrático? Acabar com a oposição é bom para o SPFC?


Demorar 6 anos para possibilitar a renovação de parte do conselho é bom para o SPFC? É democrático? Fazer com que essa alteração já valha para os que foram eleitos para um mandato de 3 anos é legal? A gestão deles não tem que ser avaliada pelos eleitores?


Acabar com o Vice Presidente eleito é bom para o SPFC? É justo que o eleitor não saiba quem substituirá o Presidente se algo ocorrer durante o mandato?


Há diversas propostas que visam o beneficio pessoal de poucos. Entre elas, há a questão dos beneméritos e dos Membros Natos do Consultivo. Historicamente, é considerado benemérito do clube alguém que faz algo para o SPFC sem que tal ação decorra do cargo que ocupa. Isso que diferencia um benemérito de um ex-presidente. No Salão Nobre do SPFC há galerias diferentes para cada situação. Não há sentido algum em colocar todos os ex-presidentes como beneméritos. Tal proposta só visa atender a vaidade. Vaidade essa que tanto atrapalha o nosso clube hoje em dia. Há mais preocupação com reconhecimento do que com ajudar de fato a instituição. Da mesma forma em relação a fazer parte do consultivo com 12 meses de mandato. Qual o objetivo disso? É para atender os interesses de quem? Quem quer fazer parte do Conselho Consultivo daqui a 2 meses?


Há a questão do Conselheiro licenciado que quando resolver voltar ao Conselho não poderá votar e ser votado por um prazo de 90 dias. Por que o conselheiro poderá exercer cargo na diretoria e não há esse mesmo impedimento? Qual a isenção desse conselheiro que é diretor? Onde está a independência do CD?


Onde está a transparência da proposta que visa dobrar o valor dos contratos que devem ser aprovados pelo CD? É válido o argumento de que tal aprovação atrapalha a gestão, sendo que nos limites atuais não aprovamos mais que 20 contratos por ano? Quanto iríamos aprovar no novo limite? 5? Menos? É isso que esse CD busca? Fiscalizar cada vez menos a gestão? E sobre colocar valor mínimo para necessidade de aprovação de contratos que extrapolem o mandato? Concordamos com o fato de algum presidente assinar vários contratos de valores pequenos no último dia da sua gestão e, com isso, comprometer receitas do mandato do futuro presidente? É isso que queremos?

Por fim, há situações em que os proponentes sugerem alterações por não terem entendido o que dispõe o estatuto atual. Isso mostra como a questão foi feita às pressas e não da forma adequada...


Em relação aos integrantes do Conselho Fiscal, o estatuto atual considera os suplentes quando menciona 10 candidatos. Dessa forma, acredito que os proponentes não fizeram a leitura adequada do estatuto atual. E, pasmem, a Comissão Legislativa também não.


A situação inteira é tão bagunçada que não há na proposta disponibilizada aos conselheiros qualquer alteração do art. 85, mas consta alteração no parecer da Comissão Legislativa e no documento informando o formato de votação. É claro que não pode ser objeto de votação.


Em relação ao art. 113, por óbvio o parágrafo segundo faz remissão ao Vice Presidente do Conselho e não ao da Diretoria, como interpretaram equivocadamente os proponentes e a Comissão Legislativa, já que se trata de votação no CD, então não há razão de alteração.

Concluindo, peço aos conselheiros que votem contra às alterações que são danosas ao SPFC.



"Vamos criar uma comissão suprapartidária para estudar a separação do São Paulo Futebol Clube?" - Fabio Mariz de Oliveira


Hoje viemos aqui com um propósito simples. “Queremos a democracia e profissionalismo. Acabou a era do amadorismo e das decisões de conchavo no futebol”, frase dita pelo ilustre presidente Olten Ayres no Yahoo esportes em 2016

E é isso que buscarei!


De plano, vale falarmos sobre a precipitação em discutirmos um tema tão importante em tão pouco tempo. Não há como imaginar uma evolução com um tempo tão exíguo. Apenas ontem soubemos quais seriam as parcelas a serem votadas, menos de 24 horas antes da reunião.


Presidente, lhe indago, e requeiro que essa informação seja pedida a empresa Deallink, quantos dos conselheiros conseguiram entrar no documento. Seguramente eles possuem essa informação, pois todas as vezes que acessamos há o nosso login registrado no documento. Pleiteio essa informação presidente, para que assim possamos saber a extensão do debate ocorrido.


Queremos o debate de verdade, vamos criar uma comissão suprapartidária para estudar a separação do São Paulo Futebol Clube? Cadê o debate sobre o voto direto, a participação dos Sócios Torcedores nos destinos do Tricolor? Isso é debate de verdade.


Indo à proposta:


Como toda quinta temos TBT, o de hoje será quando o São Paulo Futebol Clube era amador!


- Voltaremos aos tempos do amadorismo, permitindo que Diretores Executivos não sejam remunerados (item 8), absolutamente na contramão de todos os clubes de futebol. Cria-se a figura dos diretores institucionais (19), oficializando nossa ruptura com a busca de modelos profissionais que são muito mais exitosos.


- Para alavancar ainda mais um projeto amador no São Paulo Futebol Clube, instituiremos o Conselho de Administração voluntário (17), excluindo qualquer remuneração a seus membros independentes, que deixarão de ser 1/3 de sua composição para quase 1/6. Perde-se inclusive o sentido de um CA, que se torna um mero homologador, aquele que só terá conselheiros alinhados com a diretoria. Amadorismo sendo posto à baila novamente.


- A tão sonhada governança! Essa que tantos de nós almejamos, também foi abrangida nessa proposta de alteração estatutária. Além do conflito óbvio por termos conselheiros acumulando o cargo de diretor, que por si só já vai de encontro a qualquer cartilha de governança, o que não surpreende vinda de uma gestão que coloca o Diretor Jurídico como Compliance Ofice, temos diversos outros itens da mudança que chocam com qualquer livro primário de governança.

- Excluiremos a figura do Vice Presidente eleito, agora o associado escolherá um e igual a um Kinder Ovo receberá de presente o segundo, seu Vice (18).


- Pela proposta, cria-se a figura do Diretor Geral Social (24), o que autonomamente pode não ir de encontro com qualquer governança, entretanto, somado a proposta de suspensão preventiva (3), que dá autonomia a alguém que não foi eleito a suspender sócios, até por desarmonia, inviabiliza qualquer ato de governança minimamente adequado.


- E aqui vale um parênteses, pelo que nos foi informado ontem, nós votaremos a proposta feita pela Comissão Legislativa, e não a proposta assinada pelos 82 conselheiros, contudo, entendo ser absolutamente descabível tal medida, visto que a Comissão, estatutariamente e regimentalmente, emite parecer apenas sobre a conveniência e legalidade (145 § 3º) da matéria, não pode propor mudança estatutária, até pq não é sujeito ativo das alíneas do artigo 145.


- Por fim, e não menos importante, devemos analisar a proposta de reeleição, que merecia um amplo debate, pois há argumentos positivos ao tema e negativos, entretanto o que inviabiliza qualquer entendimento de boa governança é incluir a reeleição com mudança para o mandato em vigência, isso fere os mais basilares entendimentos de ética, governança e legalidade.


Assim, espero que todos votem amanhã, depois de conversar pela última vez com seus travesseiros e baterem um bom papo com Porphyrio, Meca, Alcides, Carneiro, Éolo, Lima, Arruda e Izidoro. Assim, não precisaremos deles novamente para reconstruir o São Paulo Futebol Clube.



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